Os alunos da UNESP do Câmpus do Litoral Paulista decidiram em assembléia, na última quarta-feira (15/05), pela paralisação do câmpus nos dias 22, 23 e 24 de maio. As razões são pelo fim do PIMESP e por uma melhor aplicação da Permanência Estudantil, motivos esses compartilhados por muitos outros campi da UNESP.
No dia 27 de maio, em assembleia de segunda chamada, a maioria dos alunos do CLP que estavam presentes votaram favoráveis a ação de uma greve a partir do dia 3/06.
As propostas foram divididas em dois blocos: o do "SIM", que agruparia as propostas favoráveis a greve e o do "NÃO" que agruparia as propostas contra a greve. Após serem elaboradas as propostas - duas favoráveis e cinco desfavoráveis - a maioria representada por 61 votos decidiu pela ação da greve no Campus Experimental do Litoral Paulista a partir do dia 3/06, segunda-feira. Em seguida, foi votada pela proposta de greve. A primeira proposta colocada venceu com 66 votos, o que indica uma ação de greve, com cronograma pré-estabelecido, com assembleias periódicas e sem ocupação.
NOTA: Todos os alunos que votaram pela não efetivação da greve são bem-vindos para a elaboração dos próximos passos. Hoje, 28/05, acontecerá, às 18h, uma reunião para a formulação das comissões de organização da greve. É essencial a participação de todos.
Sexta-feira, 24 de maio de 2013, após o ato popular que ocorreu em São Vicente, foi feita uma avaliação do movimento e em seguida uma assembleia para a definição do próximo passo. Dos que estavam presentes, quase todos votaram a favor pela GREVE no campus. Porém, o número de estudantes não foi o bastante para o quórum, fazendo com que fosse marcada uma nova assembleia para o dia 27/05, segunda-feira. O CLP se encontra, neste momento, com indicativo de greve.
O horário da assembleia ainda será definido entre 12h e 14h na reunião do C.A - Centro Acadêmico.
A chuva e o frio que fez em São Vicente no dia 24 de maio não inibiu o movimento do terceiro dia de paralisação do CLP, que foi marcado pelo Ato Público dos alunos na comunidade ao redor do campus. O objetivo era chamar a atenção da mídia local para a reivindicação dos estudantes e informar a população sobre as pautas principais. Com os rostos pintados, faixas esticadas e panelas e instrumentos de percussão devidamente distribuídos, os alunos saíram do campus guiados por alguns estudantes que acompanharam a passeata de carro. A Avenida em frente ao campus foi fechada pelos carros e os alunos do CLP tomaram conta das ruas com gritos de ação e informação àqueles que saíam curiosos dos comércios locais para acompanhar a movimentação. As faixas eram explícitas: a luta é pela educação pública de qualidade e o seu acesso irrestrito.
"Pisa ligeiro, pisa ligeiro! Quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro!"
Percurso percorrido pelos alunos durante a passeata.
A passeata começou na Av. Luis Antonio Pimenta em frente a UNESP, um dos principais acessos à São Vicente no sentido de quem vem de Praia Grande, Mongaguá, etc. A Avenida Capitão Mor Aguiar, importante via de acesso ao corpo de bombeiros, câmara municipal entre outros destinos da cidade, foi a próxima a ser interditada pelo movimento. São Vicente assistia curiosa cerca de 50 alunos que paralisavam o trânsito da cidade em nome do movimento estudantil. Ao chegar na Rua do Colégio, muitos moradores apareciam nas janelas por conta do barulho, sorrisos e expressões de dúvida acompanharam os alunos até que estes chegaram na Praça 22 de Janeiro, ponto popular da Biquinha, onde havia uma concentração maior de pessoas. A população de São Vicente não está acostumada a ver muitas reivindicações populares pela cidade, e surpresa, admiração e dúvida foi, com certeza, os sentimentos mais expressados por aqueles que assistiam à passeata. Ao chegar na avenida da praia, muitas pessoas apareceram nas janelas dos prédios e saíram dos comércios, alguns sorriam e aplaudiam, fazendo com que os gritos dos alunos ficassem ainda mais empolgados.
"Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil!"
A Rua Frei Gaspar é um dos acessos ao centro da cidade. Com grande movimentação de pessoas, alguns alunos começaram a abordar a população e distribuir panfletos àqueles que paravam para ver a passeata. Conversas e discussões sobre a educação no país começaram a brotar. Questionamentos sobre o que cada um ali, parado, achava das escolas públicas e da dificuldade que os alunos enfrentam para ingressar no ensino superior foram feitos. O PIMESP, um programa que o governo estadual possuí interesse em implantar já para o ano que vem, foi apresentado à muitos, pois grande parte das pessoas abordadas não conheciam seus efeitos, enquanto que a permanência estudantil foi quase um consenso de todos como algo fundamental para a inserção e manutenção de alunos carentes nas universidades.
A Praça Barão do Rio Branco foi o destino da passeata e lá foi realizada uma intervenção lúdica em forma de peça teatral, onde a situação questionava o acesso à universidade pública, a necessidade de uma educação pública de qualidade e a postura do governo diante disso. Após a apresentação, a Lateria da universidade continuou tocando na praça enquanto um grupo de estudantes se espalhou pelo local para conscientizar mais profundamente os que estavam ali presentes. Tal grupo foi, de uma maneira geral, muito bem recebido pela população de São Vicente que demonstrou estar aberta às discussões de interesse comum.
"Pelo fim do vestibular! Trabalhador tem direito de estudar e sem pagar!"
O movimento foi finalizado por uma segunda intervenção lúdica. A música "Até quando?", de Gabriel Pensador, foi recitada em meio aos pedestres que ouviam com atenção. Assista abaixo o vídeo da música.
Os alunos da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", do campus do litoral paulista, são a favor de uma educação pública acessível, justa e de qualidade. E você?
Finalmente, o tão esperado terceiro dia da paralisação estudantil do CLP chegou! Porém, antes do Ato Público, foram repassados os informes da reunião que aconteceu no dia anterior com dois estudantes representantes de vários campi e os pró-reitores, chefes de gabinete e representante jurídico da UNESP, que ocorreu no prédio da reitoria, em São Paulo. As notícias não eram boas: os pró-reitores quebraram, na última hora, o acordo que havia sido feito de pagar pelo transporte dos estudantes para que estes comparecessem à reunião. Entre todas as pautas, o tempo permitiu que apenas duas fossem discutidas: a estrutura de poder na UNESP e a permanência estudantil. Na primeira, o assunto de uma reforma estatuinte na UNESP foi colocado em discussão pelos alunos, mas foi rapidamente contornado pelo outro lado e nada foi resolvido. A reivindicação dos alunos e muitos grupos de servidores técnicos administrativos é de que o formato 70-15-15 de voto da UNESP seja reformulado, e que discentes e funcionários tenham tanto poder de decisão quando os docentes dentro da universidade.
A pauta de permanência estudantil foi discutida com prioridade na efetividade de bolsas e auxílios, já que a reitoria demonstrou nenhum interesse em construir mais moradias estudantis e restaurantes universitários nas unidades que ainda não os possuí. A proposta de possibilidade da universidade alugar imóveis para os alunos que não possuem condições de manter moradia também foi colocada em questão e ainda será discutida. Assim como o uso que os alunos de baixa renda fazem das Bolsas de Apoio Acadêmico e Extensão para permanência estudantil, o que não é o seu objetivo. As bolsas BAAE, como são conhecidas, são divididas em três modalidades: A primeira é de permanência estudantil e tem prioridade na seleção os alunos recém ingressos na universidade e que apresentam carência econômica comprovada. A BAAE II e BAAE III são destinadas aos alunos que desempenham atividades de extensão e técnico-acadêmicas (atividades em laboratório), respectivamente. Porém, devido a política de permanência da UNESP não ser efetiva, muitos alunos utilizam bolsas como BAAE II e III para se manterem na universidade, tendo que ser selecionados por mérito e não pela necessidade econômica que apresentam. Um outro problema das bolsas BAAE e do auxílio aluguel é o valor incompatível que os alunos recebem para a subsistência de qualquer cidadão. As exigência dos alunos com relação as bolsas BAAE são de aumento do valor atual para um salario mínimo, o aumento do auxílio alimentação para o valor atual da cesta básica e o aumento do valor do auxílio aluguel . Atualmente, os valores das bolsas BAAE no CLP variam de R$300 à R$ 350, o auxílio aluguel é R$ 150 e o auxílio alimentação é R$ 50 mensais.
O segundo dia da paralisação estudantil da UNESP CLP começou novamente cedo e com uma presença maior de alunos no campus que o dia anterior. A programação indicava que o dia seria destinado para a preparação do Ato Público que estava marcado para o dia seguinte. De início, os alunos que compareceram à universidade puderam escolher, novamente, em quais comissões gostariam de trabalhar na organização. A criação de novas comissões foi necessária visto que estas trabalhariam com foco essencial para a organização do Ato, não descartando, entretanto, a comunicação com as comissões já criadas anteriormente.
A comissão de panfletagem trabalhou para a elaboração artística, de conteúdo e a impressão dos panfletos que seriam distribuídos à população de São Vicente no dia do ato. A comissão de segurança ficou responsável pela garantia de assegurar o movimento, tendo que conversar com a polícia e o departamento de trânsito da cidade caso estes aparecessem durante o ato. A comissão de manifesto ficou encarregada de elaborar o manifesto da paralisação, enquanto que a comissão de animação se ocupou em elaborar as ações produzidas no ato e animar os participantes enquanto este ocorresse. Logística continuou com a função de suprir as necessidades do movimento e a comissão de mídia se responsabilizou por tentar achar meios de divulgação na mídia do que aconteceria no ato.
O fim do segundo dia se deu com os alunos elaborando cartazes e faixas para o movimento, que ficou planejado ser uma passeata em vias públicas, paralisando o trânsito de carros, da Av. Antonio Luis Pimenta, no Pq. Bitaru, até o destino que seria a Praça Barão do Rio Branco, localizada no centro de São Vicente. Lá, várias atividades foram elaboradas para acontecer e inteirar a população vicentina sobre as principais pautas de reivindicação.
Antes do dia terminar os alunos do CLP foram surpreendidos com o comunicado de que os servidores técnicos administrativos paralisariam na sexta feira, 24 de maio, como já havia sido noticiado no blog anteriormente. O motivo da paralisação era, entre outros, o apoio as pautas dos estudantes. O movimento estudantil ativo na UNESP CLP agradece o apoio dos funcionários do campus. É sensação de dever cumprido quando cada vez mais pessoas compreendem que a luta não é de um, mas de todos!